A ação "Feiticeira" é feita em parceria entre as artistas Sofia Mussolin, Marcela Cavallini e moradores da Colônia Z10 da Ilha do Governador - RJ, iniciada com a convivência na residência artística Territórios Sensíveis, gerida pela Profª Drª Walmeri Ribeiro, financiada pelo Instituto Goethe e Claus Fund.

Performance, videoart e posterior instalação na Galeria Z42

A proposta de habitar e aprender com o ambiente, investigar onde e como se processa a vida de seus moradores, nos trouxe duas maneiras de tateamento: em oficinas corporais ministradas por Marcela, e em caminhadas de registro audiovisual feitas por Sofia, acompanhada de Thiago. O momento relacional através da oficina corpo-ambiente (aberta ao público) e da escuta andarilha da experiência de ser pescador naquele território, foram guiados pela imagem e materialidade do se "fazer em rede". A  Z10 traz inúmeras coexistências, de um ambiente que proporciona, ao mesmo tempo, fonte de alimento e sustento e crescente poluição do mangue e das águas da Baía de Guanabara. Ativamos os corpos de diferentes maneiras afim de denunciar o estado de urgência em que estamos existindo. Inspiradas nas palavras de Sr. Geraldo "aqueles peixes nobres, como Robalo e Linguado, que possuem casa própria e vivem no fundo do mangue", coletamos redes, trançamos garrafas recolhidas na comunidade e corporificamos esse signo.  Através da imagem de uma serpente mítica e fruto dessa paisagem real, o nome Feiticeira veio tanto por se relacionar com um tipo de rede usada pelos pescadores da região (feita de 3 enredados, que tudo leva), quanto pelo poder místico feminino que suscita, e por fim, para invocar o imagético como possível forma de alertar a realidade. Surgimos de barco, em meio ao mangue, junto a outros moradores. Todos enredados pela rede-escama, e, em seguida, saímos em caminhada-performance pela colônia entoando palavras de alerta à situação do mangue.
A Feiticeira
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