A Dor da Criação - parte I
Reflexão do texto: O Problema Ético da Dor, C.S. Lewis (1950)
Ok, a necessidade que senti de escrever tal reflexão é a mesma das anteriores, não acredito que tenho uma resposta ou um conceito formado, mas irei expor minhas dúvidas e ideias e assim, que, sabe, o Espírito Santo me dê uma resposta.
O texto, tanto de Lewis quanto de Joad parte desse questionamento básico: Se Deus é bom por que existe dor no mundo?
Bom, até hoje a resposta que mais me satisfaz e a de que Deus poder receber a mais sincera adoração e o mais legítimo amor, aquele que os entrega precisaria da capacidade de fazê-lo ou não, e esse é o tal do livre-arbítrio. Portanto, se o homem pode escolher amar, pode também escolher odiar, e se ele pode escolher adorar a Deus, pode também escolher adorar qualquer coisa que não é Deus. E nisso consiste a queda.
Quando come da árvore proibida, o homem recebe o conhecimento do bem e do mal, o que significa que ele inclui o mal ao bem que ele já conhecia, trazendo assim a dor ao seu mundo.
Ok, trazendo o mal o homem faz-se merecedor da dor, isso é consequência do seu pecado. Mas é quanto aos animais e o resto dos seres vivos da criação? O que justifica a sua dor?
Na carta aos Romanos no capítulo 8 a partir do verso 19, Paulo parece deixar claro que: “... a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou.” Remetendo a Gênesis 3, onde, por causa de Adão a Terra é amaldiçoada. Daí vem a exaustão consequente do trabalho, a aberta s ervas daninhas, os abrolhos e etc. Ou seja, a dor da natureza veio junto com a nossa. Foi aberta porta para a morte dos animais, das aves, inclusive das ervas, (Jr12:4).
O texto de Romanos diz que a criação está sujeita a vaidade, da palavra grega: ματαιότες - que significa: inutilidade, sem objetivo, a inabilidade em alcançar um alvo ou resultados. Isso parece abrir caminho a uma ideia que nunca havia ouvido falar, a de que antes da queda Natureza tinha um propósito específico que ela não tem hoje, ou que talvez ainda o tenha, mas nós já não conseguimos reconhecer.
Joás Querubino de Oliveira, 2 de Fevereiro de 2018